O impetuoso Coliseu

Texto e fotos por Denise Mustafa (www.flickr.com/denisemustafa)

Sim, eu sei, eu demorei séculos pra atualizar o blog. Tantas coisas aconteceram, que acabei deixando o meu Diário de Viagem um pouquinho de lado. Mas sempre respondendo os comentários e prestando atenção no que vocês querem dizer pra mim.

Bom, mas vamos continuar, né? Na sequência dessa super viagem à Toscana (que depois tem mais, porque depois fomos à Volterra), a próxima parada foi Roma. A viagem já começa engraçada. Pegamos um trem InterCidades (28 euros, 2º classe) com ar condicionado quebrado. Foi. Juro. Era verão, só relembrando à vcs, Itália pegando fogo, literalmente, e o ar quebrado. E as janelas não abriam. Ainda trocamos de vagão, já que o problema podia ser só em 1, mas não, era geral. E o trem, obviamente, saiu um pouco atrasado. Resultado: todo mundo estático, durante 3h de viagem, pra não suar e não passar mal (muito mal, eu quero dizer). Enfim, uma vista linda e 3h e meia depois, estávamos na Stazione Termini, em Roma.

O clima estava quente, mas menos abafado que em Florença. Depois de uma curta caminhada, chegamos ao nosso hotel, o B&B Contemporaneo Rooms, localizado em frente à igreja Santa Maria Maggiore. Fica em um prédio bem antigo, em um andar inteiro, como se fosse um apartamento gigante. Para nossa surpresa, quem nos atendeu foi uma criança, que abriu a porta e nos apontou o quarto (até então, ainda não tínhamos aprendido italiano o suficiente.. rsrs). O quarto super novinho, grande e aconchegante. O banheiro novo com um chuveiro maravilhoso. O único defeito do hotel era não ter ar (ele de novo). Só tinha ventilador e uma janela enorme, que o deixava ventilado. Porém, como nem tudo é perfeito, à noite fazia um super barulho vindo da rua. Resultado: tinhamos que escolher entre ficar sem vento ou ficar com barulho. Com um café da manhã maravilhoso, acredito que, fora do verão, o hotel seja perfeito, já que a diária custou 60 euros. Uma bagatela em Roma. E pra completar: a dona é uma brasileira, super simpática, chamada Marta. E tem wi-fi grátis! Tá bom pra vocês?

Certo, vamos resumir o que aconteceu em 4 dias em Roma. O hotel, apesar de próximo do Termini, ficava a uma boa caminhada do Coliseu. Então, ótima localização. O Termini é bacana pois de lá saem trem, metrô e todas as linhas de ônibus. Antes de ir, algumas pessoas me avisaram que lá não era legal pela falta de opção à noite. Mas a Marta nos salvou a vida. Paralela à Via Cavour, uma das principais de Roma, tem a Via Urbana, com vários restaurantes charmosos, com todos os preços e gostos, e dá pra fazer tudo andando. No final, foi uma ótima localização custo/benefício.

Arco de Constantino

Bom, logo que chegamos, fomos correndo ver o Coliseu, nosso grande sonho. Ao chegar perto daquela construção antiga e enorme ficamos maravilhados. Já no outro dia fomos visitá-lo. O ingresso do Coliseu, que também dá direito ao Monte Palatino e Fórum Romano (12 euros) pode ser comprado enfrentando apenas uma fila. Resolvemos enfretar a do Coliseu, pois era o primeiro lugar que queríamos visitar. Para esse dia foi preciso estar preparado, com roupas e sapatos confortáveis pois anda-se muito. É uma estrutura realmente enorme, com muita coisa a se ver. O bacana de estar em um lugar antigo como esse é poder imaginá-lo lotado, com todo o barulho da época. A prisão dos bichos abaixo. É tudo magnífico. Aquela construção de pedra, com muita história e tanta coisa pra contar.

Imaginem os bichanos lá embaixo. Furiosos! Ui!

Logo depois do Coliseu, fomos aos outros 2 monumentos e é como estar em outra época. O Forum Romano é um lugar enorme, a céu aberto, com várias esculturas destruídas, colunas ainda em pé depois de séculos e algumas pequenas casas-muse, com objetos menores encontrados durante as escavações.

Parte do Fórum Romano visto do Coliseu.

Terminamos o passeio em frente à Piazza Venezia e ao Monumento à Vittorio Emanuelle. Tudo um espetáculo.

Monumento à Vittorio Emanuelle. Um sonho!

Depois, seguimos pela Via del Corso e caminhamos em direção à Fontana di Trevi que, pra variar, estava lotada! Mas conseguimos jogar as moedinhas, tirar umas fotos e rezar pra voltarmos à essa cidade iluminada.

Fontana di Trevi e seus milhares de souvenirs

Seguimos em direção ao Panthéon (tudo isso à pé) e, na sequência, à Piazza Navona, onde fica a embaixada brasileira.

O Panthéon visto de fora.

O Panthéon visto de dentro

Tiramos o terceiro dia romanesco para um passeio pelo Vaticano. Fácil chegar: pegamos o ônibus 64, no Termini. Enfrentamos mais fila para entrar na Basílica de São Pedro. Majestosa! Acho que a maior de todas as basílicas e igrejas que já visitamos. Lá está a Pietá de Michelangelo.  Pra completar o dia, um jantar maravilhoso em Trastevere, um lugar lindo, com vários restaurantes charmosos, lojinhas… enfim, puro charme!

No último dia em Roma, fomos conhecer a Piazza di Spagna e sua famosa escadaria.

Olhaí a escadaria da Piazza Spagna!

Olhaí a escadaria da Piazza Spagna!

De lá, caminhamos um bocado, e chegamos à Piazza del Popolo, onde descobrimos que haveria um show do Moby, à noite, em homenagem aos 40 anos da ida do homem à lua. Claro que não perdemos essa oportunidade de ver um show gratuito do Moby, nesse lugar mágico, e voltamos à noite. A decoração era uma super lua cheia, belíssima, e um show fantástico.

Piazza di Popolo, antes do show do Moby.

A Itália nos surpreendia a cada dia. Construções antigas, pessoas simpáticas (sim, porque por mais que digam que os italianos são grossos, por sorte ou acaso, nos deparamos com pessoas bacanas no nosso caminho, que nos deram, muitas vezes, o caminho das pedras). Uma comida fabulosa e, pra finalizar nossa estadia em Roma, um show iluminado por uma linda lua cheia. Tá bom pra vocês?

Bossa nova na Piazza Navona. Coisas que só a Itália tem.

No próximo post: nossa volta à Toscana e a visita à linda Volterra. Aguardem! Prometo não demorar tanto pra escrever…

Curiosidades:
– No dia do Vaticano, não vá com os ombros do lado de fora e pernas totalmente do lado de fora. Para entrar na Basília de São Pedro é preciso que vc esteja com os ombros cobertos e com saia ou bermuda no joelho. Se tiver muito quente, como no dia que fui, leve um lenço ou um casaquinho e vista na hora de entrar na Igreja.

– O Musei Vaticano (onde está a Capela Sistina) é fechado aos domingos. O único domingo que abre é o último do mês e a entrada é gratuita.

– Grande parte de Roma dá pra fazer a pé. Com um bom mapa da cidade, você consegue achar tudo, já que é muito bem sinalizada. Recomendo fazer a ida a pé e a volta pegar um ônibus ou metrô. Só não dá pra fazer isso no dia do Vaticano e da Trastevere. Isso, claro, se ficar hospedado pelas bandas do Termini que, como já disse ontem, é muito bem servido de transportes públicos. #Fica-a-dica

– O bacana de caminhar a pé pela cidade é deparar-se com as lojas chiquérrimas dos grandes estilistas italianos. Basta passar em frente, olhar as vitrines e deliciar-se

Sempre tem mais fotos aqui.